Projeto multilíngue leva cidadania e democracia à aldeia indígena em MT

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Foto: TRE-MT
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A primeira aldeia indígena em Mato Grosso a implementar o turismo de convivência social também é a primeira a receber o projeto Democracia Multilíngue, desenvolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). O lançamento ocorreu na quarta-feira (29/6), na Aldeia Wazare, em Campo Novo do Parecis (MT), e incluiu a entrega de uma cartilha editada nos idiomas português e paresí (pareci).

A iniciativa, que contemplou indígenas da etnia Haliti-Paresí, tanto da Aldeia Wazare quanto de aldeias do entorno, foi idealizada pela Corregedoria Regional Eleitoral e contou com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal. A intenção é ampliar o projeto para idiomas de outras etnias indígenas mato-grossenses.

“Nossa intenção foi ampliar ainda mais a demonstração da importância do voto para alcançarmos a democracia plena. Esta cartilha é fruto de um trabalho conjunto, que contou, inclusive, com a tradução do idioma por eles. Nós fomos muito bem acolhidos pela comunidade indígena e a Justiça Eleitoral também está de portas abertas a todos os cidadãos”, afirmou a vice-presidente e corregedora do TRE-MT, desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho.

O cacique Rony Pareci, líder da Aldeia Wazare, contou que o local já recebeu pessoas de 17 nacionalidades diferentes. Ele enalteceu a importância do projeto. “Este é um marco histórico da democracia, de valorização da diversidade, do respeito. Então, o TRE-MT, a Funai, as cooperativas indígenas, empenharam-se para a realização desse momento, que faz que o nosso povo passe a ter a consciência da importância de cada um escolher seus representantes e saber fazer a separação entre a política e a politicagem.”

O juiz auxiliar da Corregedoria do TRE-MT, Antônio Veloso Peleja Júnior, ministrou palestra sobre o tema “Democracia multilíngue e direitos políticos das minorias”. Segundo ele, a participação política dos povos indígenas é muito importante, não só exercendo o direito do voto, como também tendo representantes em candidaturas. “Os Haliti-Paresí são bastante organizados, eles têm um plano de gestão muito bom dentro da comunidade deles, então tentamos passar informações sobre Direito Eleitoral, mas também aprendemos muito com eles.”

Outro tema abordado no evento foi “Segurança do processo eleitoral”. O coordenador de Infraestrutura Computacional do TRE-MT, Carlos Cândido, frisou os mecanismos dos sistemas de voto e apuração, que respaldam a segurança de todo a eleição. “Falamos sobre um tema extremamente importante para todos, indistintamente se são povos indígenas ou não, porque o processo eleitoral envolve toda a sociedade. A segurança precisa ser reafirmada, com o intuito de deixar isso mais claro, mais transparente, mais simples, para que o eleitor tenha certeza de que o voto dele está sendo respeitado.”

A juíza substituta do TRE-MT, desembargadora Serly Marcondes Alves, definiu o momento como histórico. “A integração entre os povos que compõem o nosso país é fundamental, é um dos valores da democracia, baseado no princípio da igualdade, que está na nossa Constituição, então esse evento é algo que marca a história da Justiça Eleitoral de Mato Grosso.”

Direitos eleitorais

Primeira cacique mulher em Mato Grosso e da etnia Paresí, chefe da Aldeia Bacaval, Miriam Kazaizokairo, considerou a visita do TRE-MT e a entrega da cartilha importante, por levar à comunidade mais conhecimento sobre os direitos eleitorais. “Chegando esta cartilha no idioma paresí, muitas pessoas conseguem entender o que é uma eleição, o que é a Justiça Eleitoral, e a importância de votar.”

Fonte: TRE-MT

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