Líderes do mercado internacional de tecnologia da informação têm buscado o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para oferecer serviços de computação em nuvem. Esses modelos computacionais já começam a ser adotados pelo CNJ a partir deste ano para administrar diversos sistemas, a exemplo do Processo Judicial Eletrônico (PJe), plataforma de tramitação virtual de processos judiciais atualmente utilizada por mais de 70 tribunais.
Na última terça-feira (4/6), representantes nacionais e internacionais da Amazon Web Services (AWS) apresentaram, aos gestores do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTI/CNJ), suas soluções e serviços tecnológicos voltados à transformação digital do Poder Judiciário. Antes da AWS, representantes da Google Cloud e de outras empresas apresentaram produtos e soluções semelhantes ao CNJ.
Segundo o diretor do DTI/CNJ, Luiz Antônio Mendes Garcia, a adoção de modelos de computação em nuvem é uma tendência universal, tanto no setor público quanto em empresas privadas, uma vez que ferramentas tecnológicas associadas à computação em nuvem viabilizam soluções cada vez mais complexas de forma mais ágil e mais flexível. Aplicações de Inteligência Artificial, sistemas de Data Analytics e novas plataformas de desenvolvimento de software são exemplos de tais tecnologias. “É uma tendência irreversível”, disse Mendes Garcia.
Para migrar o funcionamento dos sistemas que administra, como cadastros nacionais e volumosos bancos de dados para a tecnologia de computação em nuvem, o CNJ vem concebendo uma proposta de arquitetura para o Poder Judiciário baseada nos conceitos de multi-cloud híbrida. Essa abordagem prevê o uso de serviços de nuvem oferecidos por diferentes fornecedores, inclusive por um provedor do governo federal, o GovCloud, do DataPrev, além de uma porção da nuvem armazenada e administrada internamente nas instalações do próprio CNJ.
A escolha por uma multiplicidade de fornecedores se justifica pela economia proporcionada e pela diversidade de opções, ampliando o leque de serviços disponíveis e minimizando os riscos de dependência de uma determinada empresa provedora. “Como a computação sob demanda cobra de acordo com a necessidade do cliente, podemos conciliar os serviços disponibilizados por cada empresa e as nossas demandas. Se for o caso, poderemos recorrer, inclusive, a uma solução desenvolvida pelo próprio CNJ”, afirmou o diretor do DTI/CNJ. Alguns sistemas menos complexos, que exijam capacidade de armazenamento menor, por exemplo, poderão ser mantidos no próprio Conselho em função dos custos.
Novas reuniões com empresas fornecedoras deverão ocorrer nos próximos messes, segundo Luiz Antônio Mendes Garcia. “O CNJ pretende conhecer detalhadamente esse mercado, a fim de avaliar vantagens e desvantagens das ferramentas oferecidas pelas diferentes empresas. Seguiremos avaliando os portfólios de serviços e de soluções de tecnologia de nuvem”, afirmou. Além da contratação da Dataprev/Govcloud, já em tramitação, a intenção do CNJ é realizar uma licitação dos serviços de computação em nuvem até o fim de 2019.
Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias