Seminário discute situações análogas à escravidão

  • Categoria do post:Notícias CNJ
Você está visualizando atualmente Seminário discute situações análogas à escravidão
Compartilhe

As situações trabalhistas semelhantes à escravidão foram tema do último debate desta quinta-feira (25/10) no II Simpósio Internacional para Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em São Paulo. Chefe da fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Renato Bignani disse, durante o debate, acreditar que cerca de 60% do tráfico de pessoas no Brasil é para fins de trabalho escravo. Segundo dados do Ministério, desde 1995, mais de 44 mil brasileiros foram libertados de trabalhos análogos ao escravo no País.

Durante sua exposição, Bignani mostrou algumas evidências encontradas durante as inspeções do Ministério do Trabalho, como planilhas de gastos com trabalhadores contendo descontos ilegais, fotos de comida estragada fornecida aos trabalhadores e até berços onde ficavam crianças recém-nascidas cujas mães eram trabalhadoras de indústrias têxteis, uma das principais utilizadoras de mão de obra escrava no País.

“Estamos longe do fim do trabalho escravo. Mais do que fiscalização é preciso que a população tenha educação e trabalho para não se sujeitar a condições subumanas para sobreviver”, disse Bignani.

Após o último painel, os participantes do Simpósio conferiram a exposição itinerante instalada no foyer do prédio do Ministério Público Federal. O II Simpósio Internacional para Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas continua nesta sexta-feira (26/10), quando as autoridades abordarão o tráfico para fins de remoção de órgãos e a cooperação jurídica internacional na área criminal. Às 10h está prevista a participação do deputado estadual Raimundo Pimentel, presidente da CPI do estado de Pernambuco sobre transplante de órgãos.

Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias