TJSP promove treinamento funcional para Oficina de Parentalidade

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A Coordenadoria da Família e Sucessões do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo promoveu treinamento funcional para a 1ª Oficina de Parentalidade, com o juiz de direito do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), André Gomma de Azevedo.

O palestrante é mestre em Direito pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque. É instrutor de técnicas autocompositivas e integrante do Comitê do Movimento pela Conciliação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem por objetivo diminuir o ajuizamento de ações nos tribunais por meio do desenvolvimento do projeto “Oficinas de Parentalidade”.

Na plateia da Sala do Servidor do Fórum João Mendes Júnior estavam presentes cerca de 200 assistentes sociais e psicólogos das Varas de Família e Sucessões e da Infância e Juventude da capital, além do desembargador William Marinho de Faria, integrante da Coordenadoria da Família e Sucessões e o juiz Angel Tomas Castroviejo da Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Bebedouro.

Na abertura do evento o desembargador Jurandir de Sousa Oliveira agradeceu a presença do convidado e dos participantes. “Com certeza todos saíram das suas casas para nos prestigiarem, obrigado a todos pelo comparecimento”, falou.

O convidado agradeceu o convite do TJSP e cumprimentou os presentes, que são apaixonados pelo tema: ”é uma satisfação perceber a paixão pelo tema; almejamos visões novas de Justiça que vem ao encontro com nossos valores internos”. O magistrado falou, ainda, da nova visão do Judiciário 2.0 que busca encontrar as soluções judiciais.

O juiz André Gomma mencionou que nenhum outro jurisdicionado “bate de frente” com o juiz, como o jurisdicionado da área da família, que não aceita cumprir a decisão judicial porque as partes estão muito envolvidas e preocupadas com o andamento e com o resultado das decisões. Também falou da importância de atribuir interpretações mais amplas ao Direito. “É preciso uma nova abordagem, mais consensual, mais harmoniosa. O mediador tem que tem um bom treinamento.” Ele falou que, na década de 70, o objetivo era conseguir chegar à Justiça. “Hoje devemos pensar em novas formas de o jurisdicionado sair do litigio satisfeito. A mediação se encaixa no Judiciário. Vamos pensar num Judiciário como um hospital de resoluções de conflitos e não como imposição”, afirmou.

O magistrado falou também que cada conflito tem mais que uma solução correta. “A Justiça deve prestar um serviço com qualidade. Deve haver uma nova forma de ver o conflito, sem que ele seja necessariamente negativo. O conflito pode trazer algo de positivo, como união, paz, aproximação e realização”, concluiu.

Para ele, “o mediador precisa saber transformar o discurso hostil das partes em construtivo, mas, para isso, é necessário treinamento e tempo. É preciso ver o que há de bom, se importar muito com o caso. A ideia de ver o conflito como algo positivo é importante para se chegar a uma boa solução. É preciso vender a ideia que o casal vai construir junto a paz, é que o mediador demonstre zelo com o jurisdicionado”. Segundo o juiz André Gomma de Azevedo, “o conflito, se abordado de forma apropriada, pode ser um importante meio de conhecimento e amadurecimento para as partes”.

Na segunda parte do evento, o palestrante abordou os tipos de oficinas que são disponibilizadas para as partes. “Com a distribuição das cartilhas, todo casal que entra com uma demanda jurídica pode receber boas praticas e orientações”, explicou.

Os jurisdicionados também podem participar de oficinas de parentalidade onde recebem orientações que irão ajudá-los nessa fase de transição. “A família pode ser diferenciada, e não acaba com o divorcio. O divorcio demanda esforço. Todo membro da família precisa se adaptar ao novo modelo”, disse ele. A proposta é trabalhar o conflito de forma diferenciada. “A camisa não é do mesmo tamanho para todos. A ideia é começar a olhar cada caso, nas suas características intrínsecas. Dessa forma, é preciso pensar que o jurisdicionado entra na Justiça e consegue sair com uma solução mais confortável”, concluiu.

Fonte: TJSP