Tribunal paulista celebra o primeiro Dia da Memória do Poder Judiciário

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Imagem: TJSP
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Memória…
“É uma estrada que tem começo e meio, mas não tem fim, porque com a memória a vida sempre continuará”

Em recente decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estabeleceu-se o dia 10 de maio como o Dia da Memória do Poder Judiciário.

Estamos a comemorar este momento, nesta semana que entra, e o fazemos com muito orgulho, especialmente em face daquilo que plantamos ontem, hoje e iremos semear amanhã, no solo paulista judiciário.

E a necessidade da lembrança memorizada naquele ato que se criou a data, precedida de estudos de relevância e necessidade, remete exatamente ao quanto a conservação das ideias e ideais é necessária à preservação da história.

A mim toca, no âmbito desta Colenda Corte e como vice-presidente dela, a Presidência da Comissão Gestora de Arquivo, Memória e Gestão Documental.

Memória é história, que faz o passado, que faz o presente e que faz o futuro. Com ela, cria-se uma verdadeira imortalidade, porque deixa vivos os padrões e referências de um passado que marcou e se transmite ao futuro, e estabelece vínculos com gerações que vem à frente, fazendo o elo entre o que foi e aquilo que será.

Com ela, alcançamos e podemos viver o ontem, o hoje e o amanhã. Sem lembranças do passado, há o vazio, a opacidade, não há vida. Com elas, alcançamos e podemos viver o ontem, o hoje e o amanhã. Sem elas, perdemos a referência e não podemos divisar os caminhos que buscamos para uma vida futura.

A memória, portanto, é a origem de tudo, aquilo que cria a ordem da sequência, da visão antepassada, para se divisar a atual e a que virá. A faculdade de lembrar, enfim, é a ação da vida, a raiz de tudo, a luz do antes, que se reflete para o depois. Fazem-na viva os seres humanos e suas criações que se perpetuam, alcançando a tal imortalidade.

A importância da vida não teria tamanha dimensão, não fosse a memória das experiências passadas. Não há vida sem memória, e as recordações representam a origem da vida que se vive.

É uma estrada que tem começo e meio, mas não tem fim, porque com a memória a vida sempre continuará.

No campo institucional de nossa amada Corte, não haveria esse presente, não fossem os dados guardados, memorizados. Enxerga-se-os aos quatro cantos, em todos os momentos e em todas as ações que praticamos, quer no interior materializado de nosso prédio, em seus portais, em seus corredores, janelas e adornos, quer nas emoções das pessoas que por aqui passaram, trabalharam e deixaram suas marcas, quer nos registros históricos dos julgados e decisões que aqui se proferiram.

Enfim, a memória é o arcabouço de tudo, da edificação da história que se vive, viveu e viverá. E é por ela que cultuamos um passado que nos toca e molda nossas ações em busca de um bem comum e de ações que resguardem o futuro.

A importância de nossa existência, para as gerações futuras, reside exatamente nas ações que praticamos, porque elas serão a memória do amanhã. Somos todos, enfim, os formadores da memória, como foram nossos antepassados.

Hoje somos ação, amanhã seremos memória. Que esta e todas as gerações futuras reverenciem o Poder Judiciário a partir do que nossos antepassados eternizaram nessa Corte, contribuindo para nela inscrever a história viva.

Luis Soares de Mello
Vice-presidente do TJSP

 

A Justiça brasileira comemora neste domingo (10) o primeiro Dia da Memória do Poder Judiciário, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no mês passado, para fortalecer os esforços de preservação deste importante aspecto da história da nação. A data escolhida é a mesma da criação, em 1808, da Casa da Suplicação do Brasil, que representa a independência judiciária do Brasil em relação a Portugal.

O Tribunal de Justiça de São Paulo é uma instituição que está na vanguarda das ações de manutenção e resgate do patrimônio histórico, cultural e intelectual com iniciativas atuantes da Comissão Gestora de Arquivo, Memória e Gestão Documental, presidida pelo desembargador Luis Soares de Mello (vice-presidente do TJSP) e composta pelos desembargadores Guilherme Gonçalves Strenger, Paulo Magalhães da Costa Coelho, Dimas Rubens Fonseca, Eutálio José Porto Oliveria e João Pazine Neto e pelos juízes de 1º grau Carlos Alexandre Böttcher e Ana Rita de Figueiredo Nery. Como exemplo das muitas atividades nessa área, o próprio Dia da Memória do Poder Judiciário resultou de proposta feita pelo juiz da 4ª Vara Cível do Foro Regional de Itaquera e integrante do Comitê do Programa de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário (Proname) do CNJ, Carlos Alexandre Böttcher.

Ao longo desta semana, a Corte paulista celebrará a data virtualmente (em razão da quarentena imposta pelo novo coronavírus), com vídeos e artigos sobre o tema.

Fundado no dia 3 de fevereiro de 1874, com a denominação de Tribunal da Relação de São Paulo e Paraná, a sesquicentenária história do TJSP é repleta de conquistas, lutas e grandes personagens. Com a separação judiciária das províncias, em 1891, surgiu o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Corte que acompanhou passo a passo o desenvolvimento de seu Estado como protagonista do cenário nacional. Em 1933 foi inaugurado o símbolo mais visível da Corte Bandeirante: o Palácio da Justiça. Projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, que se inspirou no Palácio da Justiça de Roma, o prédio é um símbolo vivo da história do Judiciário Bandeirante. No local também são realizadas diversas exposições e eventos de preservação da memória institucional.

A Corte possui desde 1995 o Museu do TJSP, que atua na preservação e divulgação de materiais relacionados à história e às tradições do Poder Judiciário. Atualmente sediado no Palacete Conde de Sarzedas, edifício histórico localizado no centro de São Paulo, conta com importantes coleções sobre a criação e a evolução do Tribunal. O Museu do TJSP é coordenado pela desembargadora Luciana Almeida Prado Bresciani.

Fonte: TJSP