Vara de Infância de Olinda divulga programa de apadrinhamento

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Divulgar e esclarecer dúvidas sobre o Programa de Apadrinhamento Anjos de Olinda. Essa foi a proposta do evento promovido pela Vara da Infância e Juventude de Olinda, nessa terça-feira (26/7), no Fórum do município. A equipe interdisciplinar do projeto explicou a ação que consiste no apadrinhamento de crianças e adolescentes, destituídas do poder familiar, que vivem em instituições de acolhimento da cidade.

O apadrinhamento pode ser afetivo ou financeiro. O afetivo tem por objetivo criar vínculos além da instituição, através do compromisso de acompanhar o afilhado por meio de visitas, passeios nos fins de semana ou comemorações especiais. O maior objetivo é garantir o direito à convivência familiar e comunitária conforme estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente. Já o financeiro é destinado a atender às necessidades institucionais de crianças e adolescentes e custear a qualificação pessoal e profissional dos acolhidos.

Segundo o juiz da Vara da Infância e Juventude de Olinda, Rafael Cavalcanti, os dois tipos de apadrinhamento podem mudar a vida de crianças e adolescentes. “No afetivo, a criança ou adolescente cria um vínculo de carinho e afinidade com o padrinho além da instituição. Muitas vezes, os acolhidos ficam limitados apenas à realidade da instituição, sem ter consciência da vida real e social fora daquele local. Então, é uma vivência que possibilita essa amplitude de afeto e o conhecimento da realidade. Já o financeiro possibilita que o acolhido possa se capacitar e desenvolver uma atividade profissional após sair da casa de acolhida. Amplia os seus horizontes profissionais”, avalia.

 Foi o apadrinhamento financeiro que permitiu que Josivaldo da Silva Medeiros, 18 anos, pudesse conseguir um emprego ao completar a maioridade e sair da Casa de Acolhida do Cordeiro. Há dois anos, ele fez um curso de banho e tosa de animais financiado por um padrinho, o que permitiu uma mudança significativa na sua vida.

 “A capacitação me deu condições de ser contratado por uma loja de animais e hoje faço um trabalho que realmente me dá prazer. Aluguei uma casa e meu sonho é ter minha própria loja. Vou agora fazer um curso em São Paulo para aprimorar ainda mais a minha atividade. Realizei a minha meta que era conseguir me manter financeiramente e ter uma profissão que gosto”, revela. Para ele, também surgiu o apadrinhamento afetivo na instituição, o que estabeleceu um vínculo de amizade que permanece até hoje. “Dentre os programas preferidos que gosto de fazer como meu antigo padrinho está assistir aos jogos do Sport, meu time de coração”, diz.

A experiência de Josivaldo foi relatada por ele no evento para uma plateia formada por crianças e adolescentes de casas de acolhimento de Olinda, coordenadores de instituições do ramo, representantes de organizações não-governamentais e conselheiros tutelares. Os apadrinhamentos de Josivaldo foram conquistados por meio do Programa de Apadrinhamento Estrela Guia, desenvolvido com a mesma proposta pela 2ª Vara da Infância e Juventude de Recife.

De acordo com a pedagoga da Vara da Infância e Juventude de Olinda, Alexsandra Rabelo, o objetivo do depoimento de Josivaldo foi mostrar para todos os presentes que este tipo de ação pode realmente fazer a diferença na história de um acolhido. “Queremos mostrar para a sociedade que é possível mudar a vida de alguém. Quanto mais pessoas se mobilizarem maior será o número de pessoas beneficiadas com uma nova perspectiva de futuro. Por meio dessa iniciativa buscamos garantir os direitos das crianças e dos adolescentes que são a convivência familiar e comunitária, o desenvolvimento afetivo-emocional, a autoestima, e sua valorização enquanto ser em desenvolvimento”, avalia.

A equipe interdisciplinar que compõe o programa á formada pelo juiz Rafael Cavalcanti, pelas pedagogas Alexsandra Rabelo e Ana Verônica de Araújo, pelo psicólogo Pedro Wanderley e a assistente social Sylvia Rocha.

 

Fonte: TJPE