A equipe multidisciplinar do 2º Juizado Especializado no Combate a Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, mais conhecida como Vara Maria da Penha, ministrou uma palestra às detentas no Centro de Detenção Provisória Feminino, no dia 5 de agosto.
O presídio fica localizado no KM-8 da rodovia BR-174. A presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargadora Graça Figueiredo, apoia a iniciativa, que faz parte da campanha Maria Vai a Comunidade e integra as ações do Mutirão Maria da Penha, que está sendo realizado nesta semana no 2º Juizado, no bairro Educandos, zona sul de Manaus. A juíza titular é a magistrada Luciana Nasser.
“Realizamos cinco projetos no 2º Juizado Maria da Penha. Este que fizemos no CDP faz parte do Maria Vai à Comunidade, que busca difundir a lei para a própria comunidade. Assim, fazemos visitas, além do sistema prisional, às escolas, unidades básicas de saúde, entre outros. EM setembro, vamos ao Corpo de Bombeiros e à Secretaria de Estado de Cultura”, anunciou Cyntia Ribeiro, coordenadora da equipe multidisciplinar.
Outros projetos desenvolvidos pelo 2º Juizado Maria da Penha são o Maria Acolhe, criado pela própria juíza Luciana Nasser, que convoca vítimas e autores, no momento da denúncia nas delegacias, para reuniões periódicas com apresentação de palestras educativas; o Vítima Nunca Mais, que ocorre nos meses do Mutirão Maria da Penha e é destinado apenas para as mulheres; o Autor, Mude a Sua História, que fala aos homens requeridos nos processos; e o Aproximando a Rede, no qual a equipe multidisciplinar do Juizado faz o contato institucional com os outros entes envolvidos para fortalecer a rede de proteção às vítimas.
Para a diretora do CDP Feminino, Maria Edna Pereira Marinho, a iniciativa de levar palestras educativas às detentas é de suma importância para levar conhecimento e saber que existem locais para prestar apoio. “Aos fins de semana, vêm mais de 100 mulheres e pouco mais de 30 homens. Elas são abandonadas por esses maridos. A maioria que vem é de mães. Elas precisam ter mais acesso às essas informações”, analisou Edna.
Mutirão Maria da Penha
Durante esta semana, na realização do Mutirão Maria da Penha, devem ser programadas de 20 a 23 audiências por dia, no horário de 8h30 às 17h. De acordo com a juíza Luciana Nasser, o mutirão tem por objetivo lançar as ações socioeducativas desenvolvidas pelo 2º Juizado Especializado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
“Muito me honra integrar essas ações que preocupam todos os tribunais do Brasil. Com nove anos, a Lei Maria da Penha já foi bastante divulgada e é conhecida por toda a sociedade. Hoje a mulher tem consciência de que não pode viver em violência, no entanto, ela continua sendo violentada silenciosamente dentro de casa. Por isso precisamos lutar pela celeridade desses processos”, ressaltou a magistrada.
Fonte: TJAM