Em quatro anos de uso do PJe no Judiciário de Mato Grosso, 76 mil processos deixaram de tramitar em meio físico. Isso reflete no meio ambiente, já que para cada processo físico são gastas, em média, 100 folhas de papel. Uma árvore produz cerca de 10 mil folhas. Com a digitalização, estima-se que 3.094 árvores deixaram de ser cortadas no período. Tudo o que era para estar impresso está armazenado em computadores.
De acordo com dados divulgados por ambientalistas, para cada tonelada de papel fabricado é necessário o corte de 25 árvores, de 100 mil litros de água e de 5 mil kWh de energia. Isso mostra que o impacto positivo que o PJe traz ao meio ambiente vai muito além da economia de papel.
Para mostrar o lado sustentável do PJe, a equipe da Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) criou, dentro do hotsite do PJe, uma animação gráfica mostrando os reflexos da economia gerada pelo sistema.
“Nossa proposta foi criar uma animação que mostrasse a transição do mundo, cheio de poluição, carros e trânsito caótico, para um lugar limpo, organizado e bonito, porém, de forma lúdica e simples. Os dados que usamos são baseados em estimativas. Buscamos informações de pesquisas realizadas por outros entes. À medida que novos processos vão entrando na plataforma, os dados da economia gerada são atualizados”, explica Rafael Brecailo, gerente de projetos da coordenadoria.
Cada processo gera, em média, sete correspondências, que são remetidas pelas comarcas para o Tribunal de Justiça via Correio, segundo o hot site. Cada correspondência custa aos cofres do Judiciário R$ 0,25. Com o PJe, 532 mil cartas deixaram de ser enviadas e foram transformadas em informação digital, revelando assim o lado econômico e sustentável da plataforma.
Para o coordenador do Comitê Gestor do PJe no estado, juiz João Thiago Guerra, quando se fala em PJe sustentável é preciso pensar em construções diferentes das que temos hoje, onde nossos prédios são construídos pensando em guardar papel. “Se não precisamos mais guardar papel, nossas obras devem necessariamente ser diferentes, menores, mais econômicas. Precisamos de prédios para abrigar pessoas, e não grandes arquivos”.
Na avaliação do magistrado, falar em PJe significa tratar também de qualidade de vida. “A partir expansão do PJe, talvez em um futuro muito próximo, o servidor poderá trabalhar da sua residência, na chamada iniciativa de home office, modelo de trabalho que foi, inclusive, recentemente disciplinado pelo CNJ. Isso significa o que? Menos tempo no trânsito, menos estresse, horas economizadas, meio ambiente menos poluído, ou seja, qualidade de vida”.
A gerente de projetos do Núcleo Socioambiental do tribunal, Priscila Daleffe, ressalta que o lado sustentável do PJe vem ao encontro da Resolução 201, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a qual estabelece que os órgãos do Judiciário devem criar unidades ou núcleos socioambientais, estabelecer suas competências e implantar o respectivo Plano de Logística Sustentável (PLS-PJ).
Fonte: TJMT