Quem visita o Memorial da Justiça de Pernambuco, no Recife, conta com mais uma ferramenta de acessibilidade. Em 6 de setembro, ocorreu a abertura do projeto Do Concreto ao Sensorial, voltado a facilitar o acesso ao patrimônio arquitetônico do museu de pessoas cegas, com baixa visão ou com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O material fica disponível ao público de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h, com possibilidade de agendamento em outros horários.
Realizado pelo Memorial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e pela Tangram Cultural, com patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura PE), o projeto disponibiliza três maquetes táteis — com descrições em braile — do edifício onde está instalado o museu, na antiga Estação Ferroviária do Brum. Ao serem tocadas, as peças possibilitam às pessoas com deficiência a compreensão da arquitetura do prédio.
Durante a inauguração, um vídeo com audiodescrição do projeto foi apresentado ao público. Na sequência, a chefe do Memorial da Justiça, Mônica Pádua, e a diretora da Tangram, Germana Pereira, agradeceram o empenho das equipes envolvidas com o Do Concreto ao Sensorial e o apoio dos parceiros.
Proatividade
O presidente do TJPE, desembargador Leopoldo Raposo, destacou o trabalho como importantíssimo para a preservação histórica do Judiciário pernambucano. “Tem elevada importância porque permite a compreensão de pessoas com deficiência a respeito desse grande monumento onde está instalado o Memorial. As minhas palavras são para parabenizar os grandes protagonistas do projeto, que representa a dedicação e também a proatividade de todos vocês. Demonstra que, neste país, ainda existem pessoas sensíveis, porque é preciso sensibilidade para tornar este projeto real, concretizar algo de tamanha grandeza”, declarou.
Convidada a participar da produção, a servidora Judite Muniz, deficiente visual, lembrou a experiência como consultora. “Fui convidada a dar dicas ao projeto, com orientações a respeito da maquete e dos textos em braile. Foi um trabalho conjunto. A equipe levava as maquetes até meu local de trabalho e eu fazia os comentários. Estou muito feliz com o resultado. Estamos, assim, possibilitando um direito à população, direito de acesso à informação e à cultura”, afirmou.
Importância histórica
O prédio que abriga o Memorial da Justiça de Pernambuco foi construído entre 1875 e 1880, sendo conhecido como Estação do Brum. Pela Estação, passavam as locomotivas do percurso Recife-Limoeiro-Timbaúba. Por meio de uma Permissão de Uso concedida à Corregedoria da Justiça em 1997, para a instalação do Memorial do Judiciário, deu-se a restauração do prédio com base em projeto dos arquitetos Hélio Moreira e José Luiz da Mota Menezes.
Fonte: TJPE