Agressão é tema de debate entre instituições de acolhimento e a 1ª VIJ/DF

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Na última quinta-feira (24), técnicos das instituições de acolhimento institucional do DF e servidores da 1ª Vara da Infância e da Juventude do DF (1ª VIJ) reuniram-se no auditório da Vara para um debate sobre o tema “Agressão humana: inter-relações entre as características do indivíduo e do ambiente”, mediado pela professora Maria Auxiliadora Dessen, do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento da Universidade de Brasília – UnB.

A iniciativa faz parte do XII Encontro do Projeto de Cooperação Técnica, promovido pela equipe da Seção de Fiscalização, Orientação e Acompanhamento de Entidades (SEFAE) da 1ª VIJ. A proposta dos encontros visa proporcionar capacitação continuada dos técnicos das instituições de acolhimento do DF.

O evento foi aberto pela supervisora da SEFAE, Cristiane Mendes, e, em seguida, foi transmitido um vídeo sobre as origens da agressão, que relata os resultados de estudos conduzidos no Canadá por um grupo de pesquisadores. O vídeo mostra que até bem pouco tempo os estudos sobre a violência eram concentrados nos altos índices de agressividade revelados na adolescência e na fase adulta.

Após alguns anos de observações, os pesquisadores afirmaram que essa violência remonta à primeira infância. Crianças até dois anos de idade podem responder com muita agressividade física às suas frustrações. A conjunção de fatores como o temperamento e o meio onde vivem irão determinar o controle de suas emoções ao longo dos anos, segundo o relato dos especialistas.

Seguindo essa linha de pesquisa, a professora da UnB ratificou a necessidade de se investir em políticas públicas e na capacitação dos cuidadores (professores, técnicos de instituições e demais agentes) para lidarem adequadamente com a questão ainda na tenra idade das crianças, pois intervir na adolescência pode ser tarde demais. Maria Auxiliadora acrescentou que é fundamental o trabalho de forma agregada entre pesquisadores, Justiça, cuidadores e todos aqueles que lidam com o público infantil, no sentido de atuar precocemente.

A professora abriu a palavra aos presentes. Os servidores teceram comentários enfocando suas áreas de atuação. A supervisora da Rede Solidária Anjos do Amanhã, Lúcia Passarinho, enquanto psicanalista, lembrou de sua experiência observando a interação entre mães e seus bebês e os diferentes comportamentos.

A servidora da SEFAE Vânia Sibylla compartilhou suas ideias para adotar mecanismos de intervenção visando mediar conflitos envolvendo agressividade dentro das instituições de acolhimento. Maria Adelaide Ferreira e Bárbara Macedo, servidoras da Seção de Medidas Socioeducativas, falaram da prejudicial segregação nos ambientes sociais imposta aos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, que só reforça o mau comportamento.

Alguns participantes ligados às instituições de acolhimento também colocaram seu ponto de vista e suas dificuldades em lidar com a agressão.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social – TJDFT