Judiciário do Rio Grande do Sul lança campanha sobre perfil de adoção

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O Rio Grande do Sul tem hoje 5.560 pretendentes habilitados na fila de adoção. Na outra ponta, 625 crianças e adolescentes estão em abrigos, à espera de um novo lar. Por trás dessa conta, está um dos principais gargalos em adoções: o perfil procurado. São 566 jovens com 10 anos de idade ou mais, 430 que pertencem a grupos de irmãos, 36 que têm deficiência física, 96 que possuem deficiência mental e 30 com HIV.

Para refletir sobre o assunto e flexibilizar os perfis desejados, o Judiciário gaúcho lançou a campanha “Deixa o amor te surpreender”, capitaneada pela Corregedoria-Geral da Justiça e pela Coordenadoria da Infância e Juventude do Rio Grande do Sul (CIJRS). A primeira etapa foi lançada na quarta-feira (6/7) e se volta para o público interno, com ênfase nos magistrados e servidores que atuam na área da infância e juventude. Depois, a campanha será direcionada à sociedade.

De acordo com a CIJRS, do total de candidatos a adotantes, apenas 1,83% aceita crianças acima de 10 anos. A maioria, mais de 61%, declara que busca crianças de até 3 anos. Além disso, grupos de irmãos e jovens com deficiência têm menos chances de serem adotados. Para esses, é grande a probabilidade de atingirem a maioridade sem a chance de ganhar uma família e um lar. “O que se quer é que os candidatos a adotantes tenham a oportunidade de ver que têm outra opção, além dos recém-nascidos, que são o perfil mais procurado”, ressalta a coordenadora da CIJRS, juíza-corregedora Andréa Rezende Russo.

A corregedora-geral da Justiça, desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, destaca a importância de uma ação que leve à reflexão e a uma mudança de cenário. “Na Corregedoria, somos instados a lançar alternativas de auxílio a várias matérias. Essa, da Infância e da Juventude, nos chama bastante a atenção porque envolve crianças e adolescentes. Com a experiência dos nossos Juízes-Corregedores e equipes, constatamos que realmente há um número considerável de crianças e adolescentes recolhidos em abrigos e que é preciso trabalhar para mudar essa situação”, disse.

Fonte: TJRS