Em cumprimento à expectativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) de aproximar o Poder Judiciário e a sociedade, os magistrados da Primeira e da Segunda Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Cuiabá lançaram este mês uma campanha de arrecadação de roupas e sapatos para a Casa de Amparo, que atende vítimas de violência doméstica na Capital. A caixa de coleta está instalada no Fórum de Cuiabá, em frente ao guichê de entrada. Podem ser doados roupas e sapatos, femininos e infantis, além de brinquedos. A campanha prossegue até 30 de agosto.
A iniciativa é resultado da visita feita pelos juízes titulares e auxiliares das varas à instituição, no dia 14 de junho. Ali, eles verificaram in loco que muitas mulheres que chegam à Casa de Amparo levam consigo apenas a roupa do corpo. O mesmo acontece com as crianças, que em virtude da violência dentro do lar terminam abrigadas também, juntamente com as mães. Na hora de ir embora, não têm uma troca de roupa para procurar emprego ou viajar para outra cidade e recomeçar a vida.
Juiz auxiliar da Primeira Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Jamilson Haddad Campos salientou que ao tomar posse no cargo recebeu do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Rubens de Oliveira, a orientação de não permanecer apenas no gabinete. “Essa vara possui grande relevância social”, ressaltou o magistrado. E para dar o exemplo, ele depositou nesta terça-feira (10 de julho) três sacolas com roupas e sapatos para doação que pertenciam a sua mulher.
A expectativa do magistrado é que a iniciativa dele sirva de exemplo para que servidores, advogados e cidadãos, que freqüentam o fórum diariamente, também façam a doação de produtos em bom estado de conservação e uso. Dessa forma, o magistrado acredita que o Poder Judiciário estará contribuindo para fortalecer a estrutura de acolhimento dessas mulheres. “Queremos mostrar que além da análise dos processos, que é feita com muita seriedade, também podemos ser solidários e contribuir com a sociedade”, asseverou.
Segundo a juíza Tatiane Colombo, auxiliar da Segunda Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, o trabalho do Judiciário é estar próximo da comunidade ou área de atuação. Em comarcas onde há somente um magistrado, ele deve conhecer as principais necessidades daquele grupo. Em Cuiabá, onde há várias varas especializadas, algumas delas de cunho social, como é o caso da Vara de Violência Doméstica, o magistrado deve conhecer as dificuldades do seu público e a partir de então desenvolver um trabalho social para reverter essas dificuldades.
A magistrada também destacou a importância da Casa de Amparo para a proteção das mulheres e reconheceu a boa estrutura do local. Com capacidade para atender 45 mulheres e crianças, a Casa de Amparo de Cuiabá conta com quartos, cozinha, área aberta, biblioteca, sala de brinquedos e sala de costura. É nesse espaço que as mulheres e crianças encontram o primeiro abrigo com segurança contra os companheiros, geralmente usuários de álcool e drogas.
Do TJMT