A conciliação como a forma mais justa de resolver uma relação social e não como renúncia de direitos é o enfoque que a Comissão Permanente de Incentivo à Conciliação do TRT-10ª Região quer dar aos juízes trabalhistas que atuam no DF e no Tocantins na condução de suas audiências. O tema está em debate hoje no curso "Negociação e Mediação de Conflitos Judicializados", do qual participam 35 juízes da 10ª Região. O treinamento é promovido pela Escola Judicial do TRT10, em parceria com o Projeto Conciliar é 10 e a Amatra X (Associação dos Magistrados do Trabalho da 10ª Região).
A conciliação como a forma mais justa de resolver uma relação social e não como renúncia de direitos é o enfoque que a Comissão Permanente de Incentivo à Conciliação do TRT-10ª Região quer dar aos juízes trabalhistas que atuam no DF e no Tocantins na condução de suas audiências. O tema está em debate hoje no curso "Negociação e Mediação de Conflitos Judicializados", do qual participam 35 juízes da 10ª Região. O treinamento é promovido pela Escola Judicial do TRT10, em parceria com o Projeto Conciliar é 10 e a Amatra X (Associação dos Magistrados do Trabalho da 10ª Região).
Durante a abertura do evento na manhã de hoje, o vice-presidente do TRT, juiz Mário Caron, defendeu que a busca do acordo nos processos trabalhistas deve ser tratada como uma utopia, um ideal a ser perseguido sempre. "Não queremos a conciliação para estatísticas nem para termos um processo a menos a sentenciar. O que buscamos é fazer justiça, e nada melhor do que as próprias partes chegarem ao acordo, conduzidas pelo juiz", disse. Para isso, o vice-presidente salientou que é necessário confiança no magistrado. "É preciso que o juiz seja maleável o suficiente para passar confiança e continuar isento", ponderou.
O juiz Mário Caron afirmou que a Justiça do Trabalho já enfatiza a conciliação na solução dos processos. O objetivo do curso será apresentar técnicas modernas para a conquista da solução pelo consenso. Ele salientou o "viés multiplicador" do curso, que já foi promovido para advogados de Brasília e Taguatinga.
Competição x cooperação
Membro da Comissão Permanente de Incentivo à Conciliação do TRT10 e palestrante do curso, o juiz Rogério Neiva Pinheiro defendeu a mudança do modelo de negociação adotado pela Justiça. Segundo ele, o que se pratica hoje é a negociação competitiva, na qual a disputa termina com uma parte sentindo-se vencedora e a outra perdedora. Neste tipo de negociação, as pessoas se apegam às suas posições e se recusam a renunciar ao que consideram seu direito. "A disputa vira uma guerra de egos, onde ninguém cede porque ceder significa perder", enfatiza Rogério Neiva.
Ele propôs que se passe a utilizar o modelo da negociação cooperativa, na qual o foco passa das posições para os interesses de cada parte envolvida. "Ao mudarmos o foco para o problema passamos a tratar as partes como colaboradores na solução dele", explica o juiz. Como resultado, as pessoas desapegam-se de suas posições e buscam opções e critérios para a construção do consenso. "Desta forma, as partes podem sair da audiência cumprimentando-se e satisfeitas com a condução da Justiça", disse.
Participam, ainda, como expositores do curso os juízes da 10ª Região Rosarita Caron e Marcos Alberto dos Reis, e a psicóloga do Tribunal de Justiça do DF Marília Lobão.
(Assessoria de Comunicação do TRT 10ª Região)