Link CNJ trata do drama dos filhos que perderam a mãe para o feminicídio

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Foto: TV Justiça
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O Link CNJ retoma a discussão da violência contra mulher no episódio que vai ao ar nesta quinta-feira (24/2) na TV Justiça. O programa trata do feminicídio e de uma das consequências do crime: a orfandade de crianças e adolescentes que perderam a mãe em casos que o pai ou o padrasto são os assassinos.

São situações em que o drama da violência contra as mulheres se estende a toda família, especialmente quando filhos ou filhas possam ter testemunhado cenas de do homicídio. Foi o que ocorreu na morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, assassinada na noite de Natal (em 2019) a facadas pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, diante das três filhas do casal. A juíza Viviane já havia feito registro de lesão corporal contra o ex-marido. Ela chegou a ter escolta policial concedida pelo tribunal.

A orfandade precoce de meninos e meninas é um problema da família, mas também da sociedade e do Poder Judiciário, que precisa criar meios para dar apoio psicossocial e jurídico. Esse cuidado levou a Defensoria Pública do Amazonas criar o projeto Órfãos do Feminicídio. A iniciativa foi uma das vencedoras no 18º Prêmio Innovare, no final do ano passado.

A iniciativa é contada pelo Link CNJ, que também entrevistou a defensora pública do Amazonas Caroline Braz. No quadro Uma História, a juíza Rosângela Macieira, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, unidade do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), fala sobre um caso de feminicídio que julgou e destaca as consequências psicológicas para a filha da mulher assassinada.

O Link CNJ vai ao ar toda semana na TV Justiça e tem reprises programadas nas sextas (7h), sábado (12h), domingo (14h) e terça-feira (7h30); e fica disponível no canal do CNJ no YouTube.

Condição feminina

Dados monitorados pelo CNJ indicam que, em 2020, 1.738 novos processos de feminicídio foram registrados no Judiciário brasileiro, 310 ocorrências a menos (15%) do que o verificado no ano anterior (2.048). Os números do CNJ são apurados a partir dos tribunais de Justiça, que também contabilizam uma média de 1,6 morte a cada 100 mil mulheres ou 4,76 mortes por dia.

O termo feminicídio qualifica os casos de mulheres que foram assassinadas por sua condição de gênero, ou seja, morreram por serem mulheres, como descreve a Lei n. 13.104/2015. As hipóteses associadas a esses crimes envolvem violência doméstica e familiar e/ou envolvem menosprezo e discriminação à condição feminina.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública calcula que, somados todos os homicídios de mulheres – declarados como feminicídios ou não -, o número de assassinatos foi de 3.913 naquele ano. O volume de mortes é 3,7 mortes a cada 100 mil mulheres ou média de 10,76 casos de assassinatos por dia. Em 14,7% dos homicídios femininos, o autor foi o parceiro ou ex-parceiro íntimo da vítima.

Os dados do Fórum são levantados junto às secretarias estaduais de Segurança Pública (ou Defesa Social) e outras instituições. Por razões de registro de ocorrência, pode haver subnotificação de casos de feminicídio.

A pesquisa traça perfis das vítimas em caso de feminicídio e demais homicídios de mulheres. Segundo relatório da organização, “entre as vítimas de feminicídio, verifica-se distribuição mais igualitária entre as faixas de 18 a 24 anos (16,7%), de 25 a 29 anos (16,5%), 30 a 34 anos (15,2%), 35 a 39 anos (15,0%), com poucas vítimas entre crianças e adolescentes”.

Entre os demais homicídios de mulheres, há maior concentração entre meninas e mulheres jovens, com 8,8% das vítimas com 12 a 17 anos no momento da morte, 22,1% entre 18 e 24 anos e 15,3% de 25 a 29 anos. Isso totaliza metade das vítimas como jovens – 49,8% do total.

O recorte racial é mais desproporcional do que a distribuição etária. “Entre as vítimas de feminicídio no último ano, 61,8% eram negras, 36,5% brancas, 0,9% amarelas e 0,9% indígenas. Entre as vítimas dos demais homicídios femininos 71% eram negras, 28% eram brancas, 0,2% indígenas e 0,8% amarelas”, aponta o relatório.

Agência CNJ de Notícias

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Ficha Técnica

Link CNJ na TV Justiça
Toda quinta-feira, às 21h

Direção: Betânia Victor Veiga

Equipe CNJ:
André Mota
Daniel Noronha
Gilberto Costa
Gustavo de Oliveira
Hudson Cerqueira
Hugo Santos
Jônathas Seixas
Jhonatan Alves
Juliana Freitas
Juliana Neiva
Luis Marcos
Marcelo Silva
Ricardo da Costa
Thaís Cieglinski

Produção: Lívia Faria
Assistente de produção: Luciana Oliveira
Apresentação: Guilherme Menezes
Edição de imagens: Rafael Duarte
Edição de texto: Guilherme Menezes
Cabelo e maquiagem: Lia Brandão
Figurino: Talitha Oliveira
Operadores de câmera: Luís Marcos e Orlando Santos
Diretor de imagem: Éster Domingos
Operador de áudio: Jhonatan Alves
Operador de teleprompter: Wendel Pereira
Operador de VT: Rogério da Cruz
Núcleo de programação: Rosa Wasem
Núcleo técnico: Fábio Guedes
Núcleo de produção de programas: Flávia Soledade
Supervisão: Coordenadoria de Gestão da TV e Rádio Justiça / Secretaria de Comunicação Social STF

Agência CNJ de Notícias

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