Como parte da aplicação de uma política fomentada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Justiça do Amapá, por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Fórum de Macapá, promoveu, na terça-feira (30), a 1ª Oficina de Parentalidade deste ano de 2019. A iniciativa também recebe o fundamental apoio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos e Cidadania (Nupemec/TJAP) e do Núcleo de Mediação, Conciliação e Práticas Restaurativas do Ministério Público do Amapá (MP-AP).
De acordo com a juíza Stella Simonne Ramos, que coordena o Cejusc do Fórum de Macapá, a oficina é onde se conserta um problema, o que, neste caso, é o relacionamento familiar. “O Poder Judiciário em todo o Brasil está se aprimorando na aplicação desta ferramenta, que pode ajudar a todos quando há conflitos entre pai e mãe, pais e filhos, enfim, com toda a família”, explicou a juíza. “Hoje, inclusive, trouxemos processos não somente das Varas de Família, mas também de juizados de infância e juventude, onde alguns conflitos familiares também são evidentes”, complementou.
Envolvendo mais de 120 pessoas – entre pais, mães, crianças (32 só desse público, um recorde da área) e adolescentes, reunidos em grupos específicos –, esta oficina pode ser ampliada para além do planejamento original de 2019. “Se verificarmos nas duas experiências deste semestre que estamos conseguindo atingir nossos objetivos, com a equipe bem treinada e afinada na realização, podemos verificar a ampliação da frequência para mensal, dando uma vazão ainda maior a esta demanda tão alta que temos percebido”, garantiu a juíza Stella Ramos.
“O efeito deste nosso trabalho auxilia em muito os juízes que estão lidando com famílias em conflito, pois uma vez preparadas, as partes permitem um rendimento, eficiência e celeridade maiores em cada processo”, observou a magistrada.
A Oficina de Parentalidade é uma ferramenta que tem por objetivo provocar reflexões nos pais e mães que passam por conflitos relacionados à ruptura da relação conjugal. Como resultado, a Oficina busca estimular relações saudáveis dos pais e mães entre si, mas especialmente com seus filhos, por meio do questionamento de padrões negativos que se repetem em processos de separação.
Entre os males combatidos com a Oficina de Parentalidade estão: a alienação parental, o conflito aberto diante dos filhos e a indevida responsabilização (direta ou indireta) dos filhos por conflitos do casal. Entre os princípios ensinados na programação estão: a tomada de consciência do outro lado do conflito, a compreensão e proteção dos filhos e a comunicação harmônica e não-violenta.
Com um total de quatro oficinas programadas para o ano, duas no primeiro semestre (com a próxima em junho) e duas no segundo semestre (com datas ainda por definir), as oficinas pretendem contribuir para a pacificação das relações parentais, não só para minimizar os traumas das crianças e adolescentes produzidos na relação rompida, mas também facilitar a convivência mesmo durante audiências das varas de família que discutam a guarda, pensão alimentícia e outras situações.
Fonte: TJAP