Uma exposição com o objetivo de mostrar ao público peças artesanais produzidas pelos detentos, bem como trabalhar a ressocialização. Assim foi a I Mostra de Arte Carcerária de Passagem Franca, no Maranhão, realizada neste final de semana no Salão do Júri da comarca e em praças do município. Para comprar a matéria-prima para a fabricação das peças, o juiz repassou parte dos valores obtidos através de transações penais, ressaltando, ainda, que os dias trabalhados seriam computados para a redução das penas, conforme versa a Lei de Execuções Penais.
“A intenção é expor os produtos artesanais fabricados pelos presos da delegacia de polícia local e vendê-los, revertendo os valores obtidos em favor destes e de seus familiares”, destacou o juiz David Mourão Guimarães Meneses, idealizador e coordenador do projeto. “A ideia surgiu quando vi um cofre fabricado por um dos presos. A partir daí, passei a incentivá-los a produzirem mais, dizendo-lhes que seria realizado um evento para a exposição e venda destes, com reversão dos valores em seu favor”, enfatizou o juiz.
Na solenidade de abertura, o delegado de Polícia Firmino Pio Vilarinho Neto ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pelo magistrado: “No inicio, os presos produziam apenas alguns pequenos cofres. Depois do apoio do Dr. David eles passaram a sentir-se mais estimulados, desenvolvendo novos produtos, como troféus, quadros, cestas e inclusive um abajur com instalação elétrica.”, observou.
Também presente ao evento o magistrado aposentado Nilo Bandeira Barra, representando o presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão. “Fico feliz em participar de uma iniciativa brilhante como esta. São atividades que, sem dúvidas, contribuem para a melhoria social”, frisou Nilo Bandeira. O promotor de Justiça Carlos Almeida Pinto Júnior, também destacou a realização da mostra. “Realizar uma atividade com este princípio desperta nos apenados o desejo de ressocialização, além de dar a eles uma oportunidade de reconquistar a confiança da comunidade na qual estão inseridos”, afirmou o promotor.
David Mourão Meneses fez questão de, além da mostra no salão do júri da comarca, levá-la até as praças públicas locais, aproveitando os festejos de São João. “Tivemos que levar essa arte a mais pessoas, destacando a mostra até as praças. É preciso acreditar sempre na ressocialização e, para isso, eles precisam de um voto de confiança”, finalizou David.
Além do juiz, compuseram a mesa de honra do evento os advogados Haroldo Cavalcante Coelho e Rânisson Bandeira, o delegado Firmino Pio Vilarinho Neto, o juiz Nilo Bandeira Barra, o vereador Raimundo Másculo Saraiva e o Promotor de Justiça Carlos Almeida Pinto Júnior.
Da CGJ-MA