Com a carreira cada vez mais consolidada, as mulheres vêm ganhando espaço significativo no mercado de trabalho, inclusive no âmbito do Poder Judiciário. Em Mato Grosso, 59,7% das pessoas que trabalham na Justiça Estadual são mulheres, o que representa um total de 3.593 servidoras, estagiárias, prestadoras de serviço, guardas e funcionárias credenciadas que, na maioria das vezes, se dividem entre as funções de mulher, mãe, dona de casa e profissional. Pelo desempenho e dedicação ao trabalho, elas vêm conquistando sucessivos cargos de maior responsabilidade frente aos grandes desafios da atualidade. Além das servidoras e estagiárias, o Judiciário Mato-grossense conta com três (10%) desembargadoras em atuação (Maria Helena Gargaglione Póvoas, Clarice Claudino da Silva e Maria Erotides Kneip Barajank), além de uma desembargadora aposentada, Shelma Lombardi de Kato.
Somadas às desembargadoras, existem 76 juízas que desempenham sua função no Estado, o que corresponde a aproximadamente 40% dos juízes de Primeira Instância. Esse número deve aumentar nos próximos meses, com a iminente finalização do Concurso Público para Ingresso na Carreira da Magistratura de Mato Grosso e consequente nomeação de novas juízas substitutas de Direito. E para movimentar a máquina judiciária, grandiosa em quantidade de funcionários e extensão territorial por onde atua, o trabalho de todas é fundamental. “Agora as mulheres podem tudo, nós temos uma mulher na Presidência”, afirma a servidora Eliete Pedrina Camargo de Figueiredo, do Setor de Divisão de Serviço, responsável pela limpeza e reposição de café, distribuição de água, entre outras tarefas, no Tribunal de Justiça do Estado. Mãe de três filhos, afirma que no decorrer dos 16 anos em que trabalha no Judiciário teve que assumir múltiplas funções: ser mãe, dona de casa, esposa e servidora.
Para a gestora de manutenção interna do Setor de Infraestrutura do Fórum de Cuiabá, Ivonete Dalla Libera, as mulheres e os homens evoluíram juntos. “Hoje eles ajudam a trocar fraldas, cuidar da casa” afirma. Mãe de dois filhos e avó de uma neta, ela define-se como “coruja” e ressalta que nos poucos momentos que fica com a família compensa o tempo em que esteve fora. Responsável pela água, café, açúcar, chaves e consertos de manutenção do órgão, diz que é preciso ter paciência e calma, pois o número de servidores é insuficiente e ela tem consciência disso.
No Fórum de Várzea Grande, a servidora Avair Rebeca de Souza Nascimento, do Setor de Protocolo, há 20 anos trabalhando no Judiciário, enfatiza que não foi fácil para as mulheres chegar aonde estão hoje. Conta que na sua época não foi apoiada a trabalhar, mas lutou para conseguir tudo o que queria. Deixava as coisas prontas para o casal de filhos em sua casa, que ficava nos fundos da casa da sogra, e corria atrás de seus objetivos. Ela é responsável por horários, datas e prazos, além de ajudar as servidoras que têm dificuldades na área, marcando presença a todo instante. “Faço o que gosto, sou apaixonada pelo meu serviço. Sinto-me orgulhosa de ser serventuária da justiça. Sou muito feliz”, ressalta Rebeca.
Do TJMT