Depois de passar 10 meses na prisão por furto, Eliete Nazário Gomes, 33 anos, vai poder comemorar em liberdade o aniversário do filho que completa 19 anos no início do próximo mês. Ela é uma dos 27 presos que foram libertados, nesta quinta-feira (26/11), na última audiência do mutirão carcerário do Ceará promovida no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza (CE). “Foi uma vitória que Deus me deu. Não quero mais voltar para a prisão”, afirma. Agora ela tem planos de trabalhar, cuidar dos 10 filhos que a esperam em casa e conhecer a neta de cinco meses que também se chama Eliete em sua homenagem.
Na audiência desta quinta-feira (26/11), homens e mulheres foram beneficiados com alvarás de soltura, progressão de regime e extinção de pena. O mutirão carcerário, que acontece desde julho deste ano no Ceará, é promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Tribunal de Justiça do Ceará (CE), com o objetivo de revisar os processos de presos que cumprem pena no Estado, garantindo o cumprimento da Lei de Execuções Penais. Os detentos receberam informações sobre como proceder no novo regime e ganharam vale-transporte, roupas e sapatos, arrecadados em uma campanha de doação promovida pela equipe do mutirão.”Tentamos fazer um trabalho para elevar a auto-estima deles. É uma forma de humanizar esse momento”, destacou o juiz Marcelo Lobão, indicado pelo CNJ para coordenar o mutirão no Ceará.
Agora os egressos terão a oportunidade de retirar documentos básicos, como carteira de identidade, e serão orientados sobre benefícios sociais e oportunidades de inserção no mercado de trabalho. André Almeida, 31 anos, espera ansioso por uma opotunidade para conseguir se reintegrar à sociedade. Depois de cumprir sete anos de prisão em regime fechado por assalto, dois meses a mais do que estava previsto em sua pena, segundo conta, ele diz que agora vai começar a procurar emprego e fazer cursos. “Foi a falta de oportunidade que nos levou ao crime. Estou preparado para voltar para a sociedade, pois errar duas vezes é burrice”, afirmou.
MB/ SR
Agência CNJ de Notícias