Mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio – não se degradam e todos esses elementos estão presentes nas pilhas e baterias esgostas. Nesta terça-feira (30/06), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT ) faz o recolhimento desses materias. A ação busca dar um descarte correto e responsável a esses materiais.
A ação marca mais uma participação do Programa Viver Direito, de responsabilidade socioambiental, em comemoração ao mês do meio ambiente. Todos podem participar. Basta depositar pilhas e baterias usadas nas urnas que serão colocadas nas portarias de acesso às unidades do TJDFT, especificamente para este fim. Mensalmente, será destinado um dia para esse recolhimento. Os metais pesados existentes no interior das pilhas e baterias são nocivos à saúde e ao meio ambiente. O chumbo, por exemplo, pode provocar doenças neurológicas. Já o cádmio, afeta a condição motora, assim como o mercúrio.
Embora os fabricantes nacionais e os importadores legalizados já estejam comercializando no mercado brasileiro produtos adequados ao limite máximo de metais pesados em sua composição, estabelecido na resolução Conama 257/1999, o perigo se dá porque aproximadamente 40% das pilhas vendidas no país são importadas e estão fora dos padrões de segurança ambiental. Essas pilhas, em geral fabricadas na Ásia, especialmente na China, contêm concentrações de cádmio e chumbo superiores cerca de 10 vezes à permitida pela legislação nacional. Os teores de zinco e manganês, que são os elementos ativos das pilhas, têm concentrações mais baixas que o mínimo exigido, o que reduz a vida útil do produto, aumentando o descarte e, consequentemente, a poluição. Para completar, apenas 35% das cerca de 5 mil cidades brasileiras têm aterros sanitários e a maioria dos municípios ainda usa lixões, que carecem de controle de qualidade ambiental.
Logo, a melhor opção ainda é a coleta seletiva desses materiais e sua destinação para a reciclagem. Na natureza, uma pilha pode levar séculos para se decompor. Os metais pesados, porém, nunca se degradam. Em contato com a umidade, água, calor ou outras substâncias químicas, os componentes tóxicos vazam e contaminam tudo por onde passam: solo, água, plantas e animais. Com as chuvas, penetram no solo e chegam às águas subterrâneas, atingindo córregos e riachos. A água contaminada acaba alcançando a cadeia alimentar humana por meio da irrigação agrícola ou do consumo direto. Os metais pesados possuem alto poder de disseminação e uma capacidade surpreendente de acumular-se no corpo humano e em todos os organismos vivos, os quais são incapazes de metabolizá-los ou eliminá-los, o que traz sérios danos à saúde.
Fonte: TJDFT