VEP de Macapá promove reintegração de ex- apenada ao convívio social

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A Vara de Execuções Penais da Comarca de Macapá, por intermédio da  psicóloga Ana Cleyde Bastos e da assistente social Milena Oliveira,  realizou na última segunda-feira (17/10) a desinstitucionalização  de uma das apenadas do Instituto Penitenciário do Amapá- IAPEN.

Para preservar a privacidade e direitos humanos da pessoa e do local  que lhe acolheu, o nome da cidadã não foi divulgado. De acordo com a  psicóloga Ana Cleide, o trabalho realizado representa um avanço no  sistema jurídico amapaense.

 “Buscamos atender à recomendação de nº 35/2011 do Conselho nacional de  Justiça, considerando a Lei 10.216/2001 recomenda que na execução da  medida de segurança, adotem a política anti-manicomial, sempre que  possível, em meio aberto”, destacou. “O importante é mostrar para a  sociedade que todos têm direito à ressocialização e ao tratamento  digno”, completou.

O trabalho da equipe psicossocial durou mais de um ano, sempre visando  reintegrar a ex- apenada ao convívio social. Após constatar que ela  estava há mais de 10 anos em cárcere no Instituto Penitenciário sem um  tratamento adequado, devido à inexistência de uma rede extra-hospitalar  de atenção à saúde mental no Estado do Amapá (componente imprescindível  para o êxito do processo de desinstitucionalização e para uma mudança de
 paradigma) a equipe esbarrou em outro problema, como afirma Ana Cleyde.

 “Constatamos que a família dela não tinha condições de recebê-la,  assim, a permanência no cárcere somente resulta na exclusão perpétua e  que tem como efeito a ‘morte social do sujeito’ ou a segregação por um  longo período, agravando o curso natural da doença”, concluiu a  psicóloga.

Para a Assistente social Milena Oliveira, um dos grandes desafios foi o  de encontrar um espaço para morada e tratamento da ex- detenta, “Graças  a nossa insistência e à vontade dela em sair da penitenciária,  encontramos um lar e, aos poucos, fomos fazendo sua inclusão gradativa”
 afirmou Milena.

Reforma Psiquiátrica – pretende garantir ao doente mental o respeito a  seus direitos e sua individualidade, promovendo sua contratualidade  (resgate da capacidade do sujeito de participar do universo das trocas  sociais, de bens, palavras e afetos) e sua cidadania, inclusas aí, não  só seus direitos como seus deveres como cidadão.

 
 Fonte: TJAP