A ministra Cármen Lúcia, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ressalta a importância do Judiciário na defesa do meio ambiente, durante a abertura do 8º Fórum Mundial da Água, diante de representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público de 150 países.
Cármen Lúcia disse que a presença dessas autoridades em Brasília demonstra o engajamento do Poder Judiciário à causa em todo o mundo, o que dificilmente ocorreria há décadas atrás. “Cabe ao Judiciário, quando acionado, fazer que esse quadro mude para garantir que as crianças de hoje possam viver sem medo de não termos a água necessária à nossa sobrevivência”, disse.
Para Cármen Lúcia, as grandes secas registradas nos últimos anos, com escassez de água potável e de alimentos, se deve ao fato de que a natureza não foi bem tratada. “Somos todos responsáveis por isso”. A ministra, no entanto, disse que houve avanços no tratamento da água e no acesso à água potável no País. O uso de cisternas permitiu o armazenamento de milhões de litros de água, especialmente no Nordeste. Cármen Lúcia, por outro lado, disse ser contra políticas “clientelistas, populistas e demagógicas” com uso da água em regiões de seca. “Caminhões pipa que são levados em períodos eleitorais são medidas que não oferecem solução, mas dependência”.
A ministra chamou a atenção para as queimadas de árvores ocorridas às margens do Rio São Francisco, com objetivo de produzir carvão, fazendo que alguns trechos do rio secassem. “Queimadas ilícitas, ilegais e corruptas que queimaram não apenas árvores por dinheiro, mas também as possibilidades de mudança das pessoas e a esperança de um avanço civilizatório”, disse.
Luiza Fariello
Agência CNJ de Notícias