É cada vez maior o número de jovens de diversas instituições de ensino superior de Macapá interessados em participar dos cursos de conciliação e mediação, oportunizados e ministrados pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça do Amapá (NUPEMEC/TJAP).
Leandro Waldeck, de 18 anos, acadêmico do curso de Direito, disse que sua visão das coisas mudou após entrar para o curso. Ele conta que apesar das adversidades da vida, como a perda do pai em um acidente aéreo; e da valiosa experiência de ter participado em ações comunitárias na cidade de Medelin, na Colômbia, ainda adolescente, foi o curso que mudou a sua forma de ver a vida. “No meu entendimento quem quer ser um conciliador/mediador tem que ter dentro de si o amor verdadeiro pelo próximo, o genuíno sentimento de proximidade, para poder contribuir com outras pessoas levando-as a superarem seus conflitos. Não é fácil passar o dia escutando pessoas falando de seus problemas se você não estiver preparado para ouvi-las com paciência e a atenção que realmente merecem. Mas, o maior prêmio vem no final de cada audiência quando podemos ver nosso trabalho, empenho e profissionalismo recompensados pelo resultado positivo”.
Márcia Oliveira Farias, estagiária da Central de Conciliação, ressalta que essa mistura de idades e ideias têm dado muito certo, pois há uma verdadeira troca de experiências. “Essa energia que os jovens passam para nós, os mais ‘velhos’, faz com que nos sintamos até mais confiantes. Eles são muito otimistas, sempre acreditam que tudo pode dar certo e isso nos motiva muito. Esses jovens alegram o nosso ambiente de trabalho e, sem dúvida, nos deixam mais felizes também”, disse.
As capacitações para formação de mediadores e conciliadores atendem a Meta Nacional nº 3/2016, estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) alinhada à Resolução 125/2010-CNJ (com as emendas 1 e 2) e a Resolução nº 1052/2016-TJAP, que expandiu a criação de Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs) em todas as Comarcas da Justiça do Amapá.
Para isso, o Nupemec tem programado para o ano todo cursos de preparação de conciliadores e mediadores para atender a demanda do Judiciário, que tende a crescer desde a entrada em vigor, no mês de março, do Novo Código de Processo Civil.
“A Justiça do Amapá já vem há alguns anos se preparando para este novo momento do Judiciário brasileiro. Nossos cursos de capacitação começaram em 2014, já prevendo o crescimento da aplicação dessa eficaz ferramenta de pacificação social. E para nossa felicidade, os jovens têm abraçado essa nova proposta de fazer Justiça com a aplicação de técnicas de conciliação e mediação”, ressaltou a instrutora do Nupemec/TJAP Sônia Ribeiro.
A presidente do Tribunal de Justiça do Amapá e presidente do Nupemec/TJAP, desembargadora Sueli Pini, classifica a mescla do jovem com os mais adultos como uma simbiose que frutifica a cada curso realizado. Ela conclui dizendo que a energia e o ânimo dos jovens, aliados à experiência e à cautela dos mais velhos, resultam na fórmula ideal para se chegar ao sucesso. “É natural que haja certos conflitos de gerações. Afinal, eles vêm de épocas diferentes, onde o passado não volta e o futuro não pode ser contido. E é essa diferença que faz com que jovens e adultos se completem e atinjam o ponto ideal para o equilíbrio, palavra chave para se fazer justiça”.
Fonte: TJAP